Abra a Felicidade em 2010 !

Fiim de Anoo ~'

Isso aí... 2010 já tá quase aquii. Desejo um própero ano novo para todos os leitores desse blog, que vocês e suas famílias tenham paz, amor, saúde, alegria e sonhos realizados...
No meu outro blog [www.teenagers-cdca.blogspot.com] tem postagem nova, deem uma olhadinha ;)
Para começar o novo ano com tudo de bom e novidadees, assim que eu der cumprimentos à minha família, correrei para o computador e postarei aqui o primeiro dia de Novembro do diário de Sophia! :D
Beijooos, e tudo de boom para vocês! =* \o/

Oii...

O mês de novembro da vida de Sophia ainda está sendo escrito, portanto só voltarei a postar suas aventuras & segredos em Janeiro de 2010. Por enquanto vou colocar aqui algumas frases, ou vídeos ou qualquer coisa que eu acredite fazer parte da vida dela.

No momento, aproveitem para reler os trechos que mais gostaram...
Para ver o vídeo UNWRITTEN de Natasha Bedingfield...
E para ler uma entrevista feita comigo sobre o futuro dos personagens do livro!!
O entrevistador foi um grande amigo meu e leitor deste blog, Luís Felipe Almeida.
A entrevista foi postada no blog dele:
http://luisvidas.blogspot.com/
Beijooos, da escritora Monique. =*

Unwritten {Natasha Bedingfield} ~'



Acho que essa música tem um pouquinho de relação com a minha vida de escritora no momento. Escutem.. É ótimaa!!

Ainda sexta, às 16h, 30 de outubro.

Acho que todas as pessoas do planeta agora sabem que amanhã é o meu aniversário, tudo por culpa da meu clubinho de almoço! E se não bastasse isso, os poderes e coisas estranhas marcaram presença quase o tempo todo. Eu entrei no colégio calmamente e fui direto para a biblioteca pra devolver um livro que Shannom pegou na minha ficha. No percurso, encontrei com Roxender, Alexandra, Cláudia e Nicholas conversando em frente ao bebedouro (aquele que a Roxy via um fantasma, por sinal, ele nunca mais apareceu). Eu ainda nem havia me aproximado tanto deles e Alex já gritou: "Olha! Lá vem a futura anciã!" E piscou pra mim. Hahaha. Então fui falar com ela.
"Hey! Obrigada por espalhar, Alex... Era tudo o que queria!"
"Relaxa... Quase ninguém sabe que você existe." Tinha de ser a Roxy...
"Poxa, valeu. Com uma dessas posso morrer tranquila por saber que niguém vai chorar."
"Você sabe que eu te amo! Pára de drama!"
"Vem cá, anãzinha da minha vida! hahaha" E a Alex vem com os abraços apertados dela, que eu adoro!
"Tá perdoada, Alex!"
"Vai ser seu aniversário, Bernard?"
"Sim, Deville. Amanhã." E adivinha quem chega? Sydney. Atrás de quem?
"Oi, Nickizinho. Eu tava me aproximando e ouvi... É aniversário deste ser sem estilo, a Bernard?"
"Antes sem estilo, do que sem cérebro, querida."
"Eu já disse e repito: Eu tenho charme, beleza e o..."
"Nickizinho, eu sei. Mas, fofa, eu me garanto. Não preciso tá esfregando nada na cara de ninguém pra me sentir melhor."
"Está é com inveja do nosso amor, bobinha."
"É o quê?" Ainda bem que depois que o elemento dá as caras num dia, no outro eu já posso controlá-lo melhor.
"Sydney, pára com isso AGORA! Nós somos só amigos! Já chega de tratar a Sophia assim, ok?"
Eu, o restante do meu trio inseparável e Cláudia ficamos chocadas com a reação de Nicholas. Uau! Ele me defendeu! Ficamos sem palavras diante disso.
"hã... hã... Pega leve com ela Nick...olas. Ela exagerou, mas ela está cega de amor... Só pode." Eu falei, me corrigindo no último segundo para não chamá-lo pelo apelido.
"Claro..." Ele olhou para ela com olhar zangado e saiu sem dar tchau a nenhuma de nós. Sydney foi para a direção oposta à ele com cara de quem ia chorar. Ela não devia ter agido daquela maneira comigo, porém a reação do Deville foi um tanto exagerada e também, surpreendente. Nem em sonhos eu imaginei uma cena como essas. Não que eu costume sonhar com ele, de forma alguma, mas... Foi só um jeito de demonstrar minha indignação. E ainda não parou por aqui. Enquanto esses eventos ocorriam, começou a chover! Sério, mesmo. Nada demais, eu sei, por que parece que o clima está maluco. No entanto, ainda acho estranho. Meu dia diferente não acabou por aí.
"Vocês viram o jeito dele?" Cláudia foi a primeira a falar depois que ele se foi.
Um uníssono "Ahan" pôde ser ouvido saindo das nossas bocas mecanicamente. O sinal tocou, Cláudia se despediu e seguiu para a sala dela. Eu e as meninas fomos em silêncio para a nossa. Entramos na sala, cumprimentamos a Sra. Tate que é nossa professora de Educação Artística, quando não está com o clube de teatro. Havia uma Tv e o DVD em cima da mesa dela, no centro da sala. Aula com filme, perfeito para conversas. E ainda mais perfeito quando eu reconheci facilmente a história do filme como sendo "O príncipe e o mendigo" (ela está fazendo um trabalho em conjunto com a Sra. Michigan, nossa professora de redação.)
"Psiu, Alex. Podemos conversar?"
"Certo. Ligando com a Roxy... Conexão feita com sucesso!"
"Percebe-se, Miss Velox. hahaha"
"Roxy... Miss Velox?"
"Ela tomou suco de laranja hoje de manhã ou comeu alguma daquelas balas comestíveis laranja?"
"Eu estou ouvindo vocês, dã! E, eu tomei coca e depois comi uma dessas balinhas..."
"Tá explicado. Agora, vamos mudar de assunto..."
"Totalmente. Alguém entendeu o que houve com o Deville?"
"É meio óbvio, não?" "Meio? Completamente óbvio... Ele gosta de você, Sophia!!"
"O quê? Nada disso!" "Eu tentei ler a mente dele assim que a Sydney começou, mas acho que a raiva era tanta que ele não pensava em nada, porque não consegui ler. Mas depois, na hora da defensiva... Eu li."
"A Sydney não se emenda! Como ela pode fazer isso com a Sophia? Não vou deixar isso barato!"
"E por acaso foi caro? O fora dele foi de graça, qualé!"
"Santa coca com bala laranja, Senhor! Pára de lezar Roxy!"
"A professora tá olhando pra gente. Podemos não estar falando nada, porém nossas feições nos entregam... Ela sabe que não estamos assistindo esse filme."
"Antes do adeus, Alex, quero saber uma coisa. Nós temos vozes mentais diferentes um dos outros né? Pois eu consigo diferenciar você de roxy e, quando você reproduz a fala de Nicholas, ela é também diferenciada."
"É isso aí, eu sou uma Edward da vida. Posso achar as pessoas pela voz mental. Por enquanto, não tão bem como ele, no entanto, em breve estarei craque nisso. Câmbio, desligo!"
E eu e Roxy a encaramos. Que forma de desligar, hein? Maluca.
Na hora do almoço, sentei na mesa de sempre com os amigos de sempre. Então, eles começaram a cantar parabéns pra mim e Shannom, beem alto. E finalizaram com aquela velha cantiguinha: Com quem será que ela(e) vai casar?
Pra mim, colocaram o Riley e pro Shay, a Alex. Fiquei sem entender o porque do meu irmão com a Alex e o Noah justificou:
"Ele anda mais comigo, Jake, você, Roxy e Alex. Eu não sou gay, Jake tem namorada, você é irmã dele e Roxy é raivosa... Só sobrou a suave Alexandra." E deu uma piscada sedutora pra Alex.
"Hey, primo traíra! Ela vai casar comigo!" E nós rimos. O tempo que ainda tínhamos de descanso foi lotado de piadas e brincadeiras e, também, do Riley jogando charme pra mim.
Caramba, arrasando, hein? Que nada, Alex. Ele brinca assim com Mari, Paola e Claúdia.
Querida... Eu conheço meu primo, e tem intenções viu?
Sofia, se você quiser ele ainda... É só dar espaço que vai.
Shannom?! Não sabia que você estava nessa conversa! E... Acho que está na hora de tentar bloquear minha mente.
E, simples assim, eu consegui fazer com que saíssem da minha cabeça. Eu imaginava que fosse mais complicado, no entanto... Mais fácil impossível! Ah! Ainda teve o episódio do banheiro!! Epa! Não pense em nada nojento! É só que eu fui lá para molhar o rosto e desgrudar das minhas amigas por alguns segundos e, quando me olho no espelho, vejo o reflexo de um menino, virei para encará-lo e percebi uma coisa: Ele era um fantasma!
"Até que enfim uma mediadora!" Ele falou ao perceber que eu conseguia vê-lo
"Nã-nã-o. Bru-xa-xa!" Eu gaguejei, já que estava em choque!
"O quê? Não sou bruxo não, sou um fantasma! Madiadora inexperiente, certo?"
"Não é isso... É que Roxy é mediadora, eu sou bruxa... Entendeu? Mas não sabia que podia ver fantasmas como ela."
"Ahh, entendi. Ok. É isso aí, bruxas também podem ver espectros. Principalmente alguns clãs... Quem é você? E quem é Roxy?"
"Sou Sophia Bernard, prazer." E estiquei minha mão para ele, que a apertou e me causou arrepios por causa da temperatura gelada. "Roxender ou Roxy é uma das minhas melhores amigas, e é mediadora. E você?"
"Sou Enid. Você poderia me apresentar à sua amiga? Tenho assuntos com ela."
"Sim, só não poderá ser agora. As pessoas me achariam louca!"
"Quando, então?"
"Pode ser no domingo? É que vamos para a casa de vovó Velda, e lá não tem problema já que ela pertence sabe de... bem... Que você existe."
"Ah! Ela é bruxa? Que bom então. Onde ela mora?"
"Numa casa próxima ao bosque do portal. Número 81."
"Ok. A gente se vê lá." E sumiu. Como quase todos os meninos que conheço, ele tinha por volta de 1,70m, simpático e cabelo curto. Nem malhado, nem gordo e nem magricela. Algo como: "normal", posso dizer. Desbloquiei meus pensamentos e enviei as cenas para a Alex, que reapassou pra Roxy. Quando nos encontramos na frente do St. Paul, na hora de irmos para casa a Roxy falou:
"Uhul! Trabalho no final de semana! Que presente você me deu, aniversariante."
"Roxender Stevens, não reclama! Poderei vê-lo através dos pensamentos de vocês e darei uma mãozinha se for preciso."
"É, Roxy. Relaxa, estaremos com você."
"Eu sei. É só que... Peguei a mania de fazer um draminha com da Sophia."
"Eii!!" E demos gargalhadas. Então cada uma foi para sua casa e nos veremos amanhã. Ui, cansei de contar o meu dia. Vou descansar. Ops, tenho que ir na casa dos Deville para entregar o convite do meu aniversário de amanhã. Vou comemorar no restaurante como sempre. Depois escrevo mais sobre isso. Fui.

Sexta-feira de manhã, 30 de outubro.

Acabei de me arrumar pro colégio. Esqueci de mencionar que temos farda. É uma saia plissada azul marinho com uma camiseta estilo pólo(mangas babylook) branca com o escudo do colégio St. Paul bordado em cima do meu coração. Completamos o visual usando uma meia de algodão branca, até os joelhos e o sapato nós é quem decidimos se vai ser tênis, coturno ou, no meu caso, sapato estilo boneca (mamãe escolheu). A Roxy usa coturno e a Alex, all star. A farda dos rapazes é a mesma camisa pólo branca, com uma calça de tecido azul marinho e qualquer sapato. O Noah, Shannom e Deville usam sapatos sociais e os demais, usam all star ou tênis de corrida. Estou na varanda, escrevendo, depois de alguns dias ditando para minha caneta enfeitiçada. Nicholas não está no quarto, por isso permaneço aqui. Falei cedo demais, ele apareceu... E já todo de farda.
"Bom dia, Bernard. Bolando novos feitiços e poções?"

"Bom dia, Deville. E sim, estou inventando coisas novas. Porém estou de saída"

"Ok, vizinha bruxa. Te vejo no St. Paul."

"Te vejo lá." Que diabos ele quis dizer com isso? Ele mal fala comigo lá! E... Há mais verdade na expressão que ele usou comigo do que ele imagina. Vou colocar uma tiara no meu cabelo e vou descer pra tomar café-da-manhã.

Quinta-feira à meia-noite, 29 de outubro.

O jantar ontem foi bom, depois que eu consegui controlar os meus poderes. A Sydney me provocou e eu fiquei com raiva, então minha mão começou a coçar e queimar e tive que ir correndo pra cozinha do restaurante, pra beber água. Porém, do nada, surgiu uma chuva que se transformou em chuvisco e que eu não tive culpa. Deve ter sido a natureza mesmo. Quer saber como foi minha discursão com a Sydzinha do Deville?
"Boa noite." Eu disse calmamente à todos. "Feliz aniversário, Sr. Deville!" E o abracei. Mamãe e Shay fizeram o mesmo e ela entregou o presente que compramos pra ele: uma agenda eletrônica e um cupom de 50% de desconto no jantar de hoje.
"Não precisam dessas formalidades todas, somos bons vizinhos. Me chamem apenas de William, jovens. E, senhora Trina, pode me chamar de Will."
"À mim de mesma forma, meninos. Me chamem de Olivia e sua mãe, pode me chamar de Liv, já que somos boas amigas agora." Boas amigas? Essa eu ainda tenho que perguntar à mamãe.

"Tudo bem, Olivia." Shay falou sorrindo.

"Venham, vão se sentar. Há uma mesa só para adolescentes." A sra. Deville nos apontou o lugar onde estavam Nicholas, Sydney e minhas amigas. Agredecemos e fomos ao encontro deles. Logo, escutei as vozes mentais de Roxy e Alex me dizendo que eu estava ótima. Eu revirei os olhos para as duas quando finalmente nos cumprimentamos. Fui dar boa noite ao Nicholas e a Syd estava, literalmente, grudada nele.

"Ahn... Boa noite, Nicholas. Sydney." E dei um leve sorriso para ambos.

"Boa noite, Bernard. Não sabia que acompanharia seu irmão."

"É... Mudei de idéia na última hora. Por quê achava que eu não viria?"

"Não sei. Você não costuma ser muito amigável, não é? Pelo menos suas amigas são."

"Ah, claro." E olhei séria para ele. E num pensamento: Own, Alex. Você e Roxy são amigas do Débille? Obrigada por me contar. "Belo vestido, Sydney." Claro que mentira total, ela estava muito extravagante. O decote enorme e o vestido minúsculo? E ainda mais... Rosa pink? Muito chamativo!

"Gostaria de poder dizer o mesmo, Sophia, porém sua roupa é muito fora de moda. Quem sabe um dia você aprende a se vestir, a esperança é a última que morre, não é querida?" Eu fiquei em choque. Eu fui super cortês com ela e... Argh! As mãos começaram a coçar.

"É, digo o mesmo a você. Já que você precisa de um cerébro."

"Pra quê cerébro? Se eu já tenho meu charme e beleza, além de Nicholas?" Senti meu sangue ferver, e pude ver a cara de choque de Nicholas com o fim da frase dela. No entanto, não fiquei pra ver o resultado disso. Disse que iria falar com papai e corri para a cozinha. Lavei as mãos, bebi àgua e voltei. No meio do meu percurso, fui surpreendida por Deville segurando o meu pulso.

"Pois não? Ah. Você está precisando que eu chame um garçom? Jake! Veem..."

"Não é isso. Esquece o garçom, eu já falei com um."

"Tudo bem. Então... O que houve?"

"Houve a Sydney. Me desculpe." A essa altura ele já havia me soltado e estávamos de frente um para o outro, eu olhando para cima, e bem próximos.

"Não é você quem deveria estar pedindo desculpas, mas como são namorados... Eu entendo."

"Não estamos namorando. Ela fez aquilo pra te provocar, ela acha que existe algo entre a gente... Por causa de sermos vizinhos."

"Ahn... Eu perdôo ela. Só uma louca pode achar que temos algo. Eu bem que mandei você aconselhá-la a ir a um neurologista quando você começou a sair com ela" Então rimos.

"Você avisou." Ele me deu um grande sorriso... Que sorriso! "Bela roupa, por sinal." Ele me deu uma piscadela e voltou pra mesa. E eu, fui logo atrás. Depois... Só conversas mentais.
Sophia, não viramos amigas dele. Só o cumprimentamos nos corredores e falamos com ele de vez em quando, ao contrário de você, Miss Varanda.
Não sou Miss Varanda, Roxy. Só vou lá quando percebo que ele não está. Uma vez ou outra temos confrontos.
Sei, sei... Gostou do sorriso, né?
Tenho que aprender como bloquear minha mente bruxa, urgente!
Sem problemas. Ele realmente gostou do seu look. Ele a elogiou mentalmente, confie em mim.
E que conversa com direito a aproximação crítica e piscadela, foi essa?
Não acho que ele tenha gostado, ele disse aquilo pra eu esquecer da Sydney, só isso. E ele foi me pedir desculpas pela falta de educação dela. Vou repassar as cenas pra a Alex ver e te mostrar, Roxy. (Pra discernir os penamentos, escolhi roxo-> Roxy, verde-> Alex e vermelho sou eu).
Então, repassei na mente todo o papo com o Deville.
É impressão minha ou tá rolando um clima?
Tá rolando É impressão!
Sei, sei... É sério, não temos nada. Por enquantoo... Por enquanto uma cebola! Tá doida é? Ok, ok.
Mas vou te repassar a voz mental dele quando você se aproximou.
Será que ela não fala outra coisa a não ser rou...pas... Puxa! A Bernard soube se vestir muito bem. Mas era melhor aqueles cachos soltos, ela fica bem mais... O quê? A Sydney disse isso, mesmo?
E foi aí que eu saí da cabeça dele. Você quem fez chover por causa da raiva da 'syd'?
Não...O elemento de agora é o fogo. A chuva não foi culpa minha.
Hunm.. Beleza. Vamos comeer!!
Então é aqui que o papo termina. Após tudo isso, jantamos bem e fomos embora. Tiveram alguns momentos engraçados do Riley, Ethan e Shay contando piadas. No fim, foi tudo certo. (*bocejo) Vou dormir. Bye.

Ainda Quarta...

Oi, é o Shannom. Eu não sou bruxo pra controlar essa canetinha, mas estou ditando em quanto a Sophia não volta do banheiro. Ela foi se trocar e pediu para eu descrevê-la quando voltar. (...) Aleluia! Ela estaá entrando no quarto e está... Linda!
"Poxa vida, maninha!! Arrasou."

"Você acha, mesmo?"

"Claro que sim! Vou descrevê-la para o caderno agora."
Ela está usando uma regata branca com um colete preto por cima, saia balonê também preta, acessórios vermelhos(brincos longos, pulseiras) e uma sapatilha vermelha xadrez. Quase que esqueço! Ela amarrou todo o cabelo, e deixou o 'rabo' cacheadinho. Super fashion! E agora eu dei uma de super gay, mas tudo bem.
"Shay! Você é apenas um irmão que entende algumas coisas de moda! Nada gay!"

"Ficou pior depois que você tentou ajudar, sabia?" Risos.

"Ok. Vou te descrever agora" O Shannom está de calça jeans azul-escura, camiseta branca com o nome Coke e uma garrafa de coca bem coloridos. E está usando o bracelete de couro com um triskle(ou triskele) de prata em cima. Esse triskle é o símbolo da família Bernard, depois vou tentar desenhá-lo aqui. Ah! Que coisa! É só eu pensar no símbolo que a caneta desenha! Dãã!
Aí está o nosso símbolo. O Shay ganhou um bracelete com esse símbolo e eu, um pingente para colocar num colar. Por sinal, tenho que achar uma corrente pra ele.
(voz vindo de longe)
"Sophia, Shannom... Desçam! Já está na hora"
"É a mamãe, vamos Sophia. Desencanta essa caneta!"
"Já vai"

Quarta-feira às 5h da tarde, 28 de outubro.

Hoje é aniversário do pai de Nicholas, o sr. William Deville, ele é contador e a esposa, Olívia é dona de uma boutique luxuosa no centro da cidade. Eles souberam que papai é dono do À La Francesa e reservaram algumas mesas para o jantar de comemoração. Eles convidaram a minha família, as famílias Stevens&Parker, alguns colegas de trabalho e, o Deville filho chamou Sydney. William e Olívia escolheram um cardápio tipicamente italiano, com direito a massas, risotos, anchovas e para sobremesa: Tiramisù [camadas de mascarpone (um queijo italiano), zabaione (um creme doce), com camadas de biscoitos ingleses embebidos em café forte e raspas de chocolate por cima]. O Shannom e mamãe irão, no entanto não sei se vou. Triin! Deve ser a Roxy ou a Alex.
"Alô?"
"Hey, Sophia... Liguei pra te dizer que já está tudo combinado, eu e a Alex iremos para o aniversário do sr. Deville. Ethan também vai, e eu vou levar o Riley."
"Certo. Os pais de vocês vão?"
"Os meus, não. A mãe de Alex e a mãe de Riley vão. E, então, você vai?"
"Ainda não sei, mas acho que vou. Vou procurar uma roupa..."
"Você vai sim! Quando estiver pronta, me liga. Tchau."
"Tchau, beijo." Fim de ligação. Agora vamos à procura de uma roupa. Ah! Antes que eu me esqueça, Ethan é o irmão de Alex, ele tem uns 10 anos. Não tenho muito contato com ele, contudo, quando vou jogar banco imobiliário com as meninas lá na casa dos Parker, ele se junta a nós para fazer bagunça. Vamos parar por aqui, não é, canetinha?

Terçahífenfeira acraseado noiteVÍRGULAvinte e sete de outubro.

Tenho que aprimorar meu feitiçoPONTOESPAÇOSó um minutoPONTO

Terça-feira às 10h da noite, 27 de outubro.

Enfim eu consegui. O Shannom já riu a beça da minha cara hoje. Inclusive, estou no quarto dele agora. Ele começou com birra dizendo que eu não confio mais nele e nem nas minhas amigas, e resolvi mostrar a ele que não é nada disso.
"É sim, porque você não me deixou ler o que você vem escrevendo..."
"Shay! O que eu escrevo é o que você já sabe, dia-a-dia no colégio, discussão com o vizinho, noites mal dormidas e poderes."
"Puxa! Esse feitiço é bom mesmo, hein? A caneta capta o que está acontecendo e já vai escrevendo."
"É... a vovó disse que, com o tempo, poderei melhorá-lo, fazendo a caneta armazenar informações e escrever depois, no caso de eu estar na frente de alguém que não deve saber do segredo. E vai ser como se ela tivesse auto-controle, pois vai escrever sem eu ter que ditar ou pensar no assunto."
"Legal. Para meninas como você, lógico. Estou muito bem sem um diário."
"Seu diário tem vida, né Shannom? Sou eu!" Ambos rindo.
"É verdade. Isso me lembra uma coisa, você nunca mais falou do Riley Parker."
"Ah, é. Eu desencanei dele, acho que ele gosta da Mari ou de Mel. Então resolvi esquecê-lo, para não me magoar mais do que já me magoei. Ele até está tentendo uma aproximação, no entanto eu mantenho uma certa distância."
"Pra proteger seus sentimentos ou pra não afastar o Nicholas de você, por ele achar que você tem compromisso?"
"Shay! EU não gosto dele! Já te disse isso, nem amigo nós somos!"
"Tá bom, então. Por enquanto eu acredito. Vamos ver o que a Alex vê no pensamento de vocês. Ah! Mas uma bruxa pode bloquear sua própria mente para ninguém descobrir o que ela pensa... Porém ainda dá pra descobrir sobre seu Nick."
"Ele não é meu. É de Sydney, não lembra?"
"Hum, claro. Nunca vi os dois se beijando. Ei... você me disse que descreveu como a Alex e Roxy são. E nós? Você já descreveu?"
"Não... Mas posso descrever agora." O Shannom me sugeriu uma coisa que jamais pensei em fazer, que é nos descrever. Temos a mesma cor de olho que a mamãe e o tio Trevor, azul claro ou uma variação disso. Por isso que o Noah também tem. Nossos cabelos são parecidos com a cor do de papai (Connor Kellaway, só pra constar.), o meu é um loiro-mel e o de Shannom é um pouco mais escuro que isso. Eu puxei os cachos de mamãe e Shay, o liso de papai. Nossas feições tem mais traços da família Bernard do que dos Kellaway. Já usamos aparelho, então nossos dentes já são certinhos e brancos. Ah! Eu meço 1,65m e o Shay 1,75m. Bem, é isso.
"Fale sobre nossas manias! Você falou da cata-música e do vício de Roxy pela série A Mediadora, e da popularidade e simpatia de Alex... Do charme do Noah..."
"Ok, ok." O Shay é charmoso também, mas é tímido assim como eu. Nós temos bastante amigos, no entanto poucos são os mais chegados. Por exemplo: Eu ando com Mari, Paola, Roxy, Alex, Claúdia, Lorena, Riley&sua turma de meninos [uns 8, é nome demais pra lembrar, sem falar que nem todos andam conosco]... O Shannom anda com Mike, Jake, Leila, Cecília, Kate, Chace (de vez em quando), Joaquim, Igor... Já imaginou essa galera toda junta no refeitório? É umas duas mesas pra caber todos! Porém de todos eles, com quem eu mais convivo fora do colégio é a Roxy e a Alex, e teve uma época que o Riley e alguns amigos dele também. E o Shannom vive mais é com o Noah, mesmo e o Jake (um menino mulato de um 1,80m, cabelo preto espetado e olhos verdes lindíssimos). As manias do Shay são: usar o computador até de madrugada, assistir filmes comendo bolo de chocolate, pedir a papai pra fazer milk-shake ou lasanha nos finais de semana, e... sair comigo e minhas amigas. Ah! Ele sempre tá na casa dos Wildgard também. Já as minhas manias são: Ficar na varanda (daã), escrever nesse caderno (dãã de novo), passar o tempo com meu trio inseparável e com o Shay, tomar sorvete sempre, organizar coisas e nunca faltar a nenhuma oficina de teatro, reunião do jornal ou treino de basquete.
"Pelas primeiras páginas que você me deixou ler, maninha, você não fala do basquete."
"É porque o professor tinha suspendido as aulas durante esse mês, pois ele iria viajar para organizar uma competição de basquete masculino e nós voltaremos a treinar somente em novembro, se é que vou voltar."
"Como assim? Não é seu esporte favorito?"
"É sim, mas com essa coisa de jornal-teatro todos os dias, fora poderes aflorando... Não sei se consigo."
"Ahh tah."
Acho que já chega de escrever por hoje. Finite Encantatem pra você, canetinha.

Segunda-feira de manhã, 26 de outubro.

O final de semana?! Foi super legal! O Shannom realmente está virando guerreiro e meu avô se surpreendeu pela rapidez em que ele inventa estratégias de ataque. Enquanto a transformação dele não está completa, para ele poder treinar pra valer, ele e vovô ficam jogando xadrez. Vovó Velda emprestou uns livros à Roxy e Alex sobre cada uma delas: mediadora e telecinética. É isso aí, a Alexandra realmente tem poderes. Lembra que eu falei que ela respondeu a um pensamento da Roxender? E que ela saiu mais cedo do colégio por dores de cabeça? E que algo me parou no ar? Isso acontece porque quem possui telecinese pode ler mentes, levitar coisas e criar barreiras de proteção, e tudo isso sai da mente da pessoa. Agora, elas sabem que também tenho poderes, que sou bruxa. Estamos tentando encontrar um nome legal pro nosso trio poderoso. O Shay não conta porque ele é garoto e é um guerreiro. Ahh! E a vovó começou a dar uns truques pra mim e pra Alex, nada pra Roxy porque o poder dela é bem teórico e simples, no livro que ela pegou emprestado tem tudo que ela precisa. Eu aprendi como encantar uma caneta ou lápis pra escrever o que eu dito, penso ou até mesmo o que está acontecendo. E também descobri que vou poder controlar os quatro elementos água, fogo, terra e ar. Por isso algumas ventanias repentinas. Minha avó disse que vem elemento por elemento, primeiro foi o ar e depois virá outro, depois outro... e assim vai. Ela me deu umas dicas de como detectar se virá o fogo, aguá ou terra. Se for fogo, minha mão irá coçar e esquentar(para evitar que eu bote fogo em algo, é só tomar água ou molhar as mãos), se for terra ficarei com sensação de estar empoeirada e se for água, me sentirei suada ou começará a chover do nada. A Alex aprendeu a fechar a mente pra quem ela não quiser escutar os pensamentos e também, a se comunicar por pensamento. Eu, ela e a Roxy amamos isso. Agora podemos conversar pela mente, já que Alexandra pode expandir os poderes e se fazer de fio conector entre nossas mentes. Quando quisermos conversar assim, é só chamarmos o nome dela mentalmente que ela fará a conexão e poderemos fofocar sem ninguém mais escutar. Super legal! Durante todas as descobertas, praticamos os nossos truques e a Roxy ficou lendo e desenjando ser como a Suzannah Simon (eu bem que falei!). Foi um final de semana divertido, apesar de termos que pegar o jeito dos poderes. Da próxima vez que eu for, levarei elas de novo. Eu e o Shannom teremos completado nossa transformação e já poderemos treinar no bosque, Alex também treinará e Roxy irá para nos fazer companhia e tirar dúvidas com meus avós. Será ótimo. A partir de amanhã, usarei meu feitiço com canetas para escrever aqui. Hora do colégio... Fui!

Sábado, 1h da manhã, 24 de outubro.

Deixei as meninas dormindo, lá no meu quarto, e vim aqui pra varanda com essa lanterna minúscula que achei. Todos já estão dormindo, até mesmo o Shannom, que costuma ir se deitar depois de duas da manhã. Eu tive sonhos malucos outra vez, só que agora eu sei porque os tenho, a coisa de transformação bruxa afeta meu inconsciente e me faz ter esses sonhos. No desta noite, eu estava novamente no bosque escuro estirada no chão e sangrando. Até que chegava um rapaz de capa e fazia um feitiço que me curava. Eu desmaiava e sentia ele me carregar pela floresta. O rapaz aparentava ter a mesma idade que eu, um tanto musculoso com 1,75m ou por aí e... Seus olhos despejavam preocupação por mim. Um tanto melodramático, mas... tá bom pra mim. Ai, não... O vizinho ali acordou. Vou voltar pro meu quarto. Amanhã eu escrevo.
"Meu Deus! Está fazendo algum feitiço contra mim, Sabrina?"

"Eu não sou aprendiz de feiticeira, já sou profissional. E não, não gasto meus poderes e energia com você, verme egocêntrico."

"Uii... Ela tá bravinha hoje. (bocejo)"

"Grr, vai dormir Deville, pra ver se seu cérebro desenvolve! E, foi mal, se fui eu quem te acordei."

"Relaxe, não foi você. Foi o sonho que estava tendo. E... Eu uso meus 10% de cerébro, e você? Usa uns 5%?"

"Só quem usou 10% foi Einstein, idiota. E que sonho foi esse?" Estranho... Ele corou! "Já sei, foi com a Sydney? Então me poupe de escutar a sua vida amorosa. Boa noite." E fui saindo da varanda.

"É, foi com ela sim. E ela me beijava, mas eu estava louco pra acordar e me livrar disso." Eu escutei, porém continuei andando. Pelo jeito, o Nicholas não gosta dela. Interessante...

Sexta- feira à noite, 23 de outubro.

Pela primeira vez estou escrevendo aqui no banheiro. Eu vim tomar banho para dormir e trouxe o caderno comigo, tenho vergonha de escrever na frente da Roxy e da Alex(elas vão dormir aqui hoje) e elas pensarem que não confio nelas para contar as coisas. Amanhã cedo vamos para a casa dos meus avós, e é quando tudo vai ser revelado. Talvez a Alex também tenha poderes. Ontem, no colégio, Chace quis brigar com o Noah e estávamos por perto. Fui interromper, só que acabei levando um empurrão do troglodita do Chace e quase caio no chão, se não fosse por alguma coisa que me segurou, eu me senti congelada no meio de uma queda e isso não é coisa de bruxa, pessoas como eu podem fazer plantas ou o vento entorpecer a queda, mas não podem congelar no ar. Isso é telecinese, a mesma coisa que a Jean Grey dos X-Men pode fazer. E mediadores não podem ser telecinéticos. Então... ou a Alex também tem poderes, ou outra pessoa do colégio tem. Tomara que seja a Alex. Não vou escrever muito, hoje, não. As meninas me aguardam.

Quarta-feira à noite, 21 de outubro.

Estou aqui na varanda, descansando um pouquinho. Começaram os testes para fazer uma peça no colégio, e como eu sou do jornal e do teatro, tive que praticamente entrevistar nossa professora de teatro, Sra. Tate, para saber de todos os detalhes dos testes. Ela me descreveu como será o enredo da peça, quem escolherá os atores, trilha-sonora, dia de estréia e como será o evento. Foi bom para o jornal, que tem todas as informações para divulgar, e para mim que já sei como vai ser tudo. Mas não vou concorrer a nenhum papel na peça não... Tem esse negócio de ser bruxa e Roxy ser mediadora que já tá bom demais pra mim. Ah! Tenho que te contar. Eu telefonei para minha avó e contei da Roxender, ela disse que eu deveria levá-la comigo para a casa dela no dia 24, e já que a Alexandra sabe da Roxy, minha avó diz que ela pode saber de mim também, então posso levá-la junto. Foi um alívio, se quer saber. Esconder esse segredo das minhas melhores amigas não iria ser nada fácil. O Shannom também deve estar mudando... Só que para guerreiro. Na verdade, se aprende a ser guerreiro, porém quando se é descente de um antigo defensor do Transmundo, os seus genes são mais fortes e você ganha mais força e habilidade do que aqueles que não são descendetes. Ele anda sentindo fortes dores musculares e os bíceps dele aumentaram um pouquinho, se observei bem. Deve ser a tranformação dele. Ai, não... Está me dando tontura de novo. Vou tomar o chá que aprendi a fazer na casa da vovó. Byez.

Terça-feira à tarde, 20 de outubro.

E eu achava que ser bruxa era o máximo de novidade que poderia ter. Não é bem assim. Lembra que a Roxy viu um menino que ninguém mais viu? Pois é... Ela continuou o vendo pelos dias que se seguiram no colégio, mas nesse final de semana ele apareceu em frente a casa dela. Ela estava com sono no dia, e achou que fosse o cérebro cansado lhe pregando uma peça e foi se deitar. Mas ontem, ela o viu novemente no colégio e quando chegou em casa, o viu sentado na graminha que tem no quintal. Ela contou à mim e Alex hoje. Começamos a suspeitar que ela tenha poderes, que ela talvez seja uma mediadora, estilo Meg Cabot, sabe? Uma garota que fala com fantasmas e tenha que ajudá-los a seguir em frente, se ela realmente for... Ela não vai mais ter horários certos coitada, e ainda corre o risco de se apaixonar por um deles como a Suzannah Simon pelo Jesse! Será impressão minha ou o mundo virou de cabeça para baixo? Lembrei de uma coisa! Posso consultar aquela enciclopédia que minha avó me deu e saber se mediadores existem.

Ai, Não! Existem sim! Só que eles não tem obrigação de ajudar os fantasmas, pelo contrário, às vezes os fantasmas vem para salvá-los ou contar algo que considerem importante. Os mediadores do Transmundo só tem que escutar os problemas dos espíritos que eles vão embora, pois só precisam desabafar a vida difícil. Poxa! Assim é mais fácil de se viver. Porém acredito que a Roxy talvez preferisse ser como a Suze Simon, pra poder bater nos fantasmas. (risos) Vou indo. Dever de casa à beça hoje, já que faltei na semana passada.

Sexta-feira à noite, 16 de outubro.

Estou na minha casa agora, meus pais acharam melhor me trazer de volta. Antes de voltar, vovó me explicou uma coisa: os nomes de nossa família são baseados em significados bruxos. Ariedne significa filha do sol, Velda é grande sabedoria, Dustin é lutador valente, Trina é pureza, Sophia é sábia, Shannom é pequeno sábio, Noah é guerreiro da paz e Donnovan, o vilão da história, significa guerreiro negro. Deve estar se perguntando: Trevor, Melody... O que significa? Trevor é cuidadoso e Melody, bem, é melodia. Meu avó explicou que, por mais que não conheça sua história, um descendente do Transmundo acaba escolhendo nomes-símbolos desse mundo, ou seja, o nome que pode ser traduzido para o significado bruxo. E foi tio Trevor que escolheu o nome de Noah e a esposa dele, escolheu o de Melody. Por isso o dela não significa nada do estilo dos nossos. Então já deu pra saber quem escolheu o meu nome e o do meu irmão. Depois que ela me contou isso, ela me deu um livro que se chama "Conhecendo o Transmundo da era 2000", é uma enciclopédia que conta a história desse mundo paralelo e descreve todas as criaturas existentes e a possibilidade de entrarem para o lado do mal ou não. É isso aí. Minha vida mudou completamente. Agora, todo final de semana eu tenho que ir pra casa dos meus avós, para poder aprender a usar meus poderes e treinar lá naquele bosque.

"Hey, maninha. Como está se sentindo?"
"Estou melhor, Shay. O que foi que você está com essa cara?"
"Nada... é só que... Você e Deville tinham meio que virado amigos de provoações e, agora, você mal vai na varanda."
"Nós não erámos amigos, Shannom. Somos arqui-inimigos."
"Então acho que você não vai se importar com ele se eu disse que ele pegou briga com o Chace e agora tá ferrado, porque o cara tá a fim de bater nele pra valer. E também, acho que você não liga se ele vomitar do nada, no pátio do colégio."
"Hã? Isso tudo aconteceu quando eu faltei? Como foi que ele pegou briga com o Chace?"
"Você sabe, o cara é enorme, joga futebol e é tapado. Deville esbarrou nele sem querer, o grandalhão provocou, o outro revidou e virou farra para os espectadores. Chace só não bateu nele porque o inspetor chegou e encerrou tudo, mas é aquela velha história de 'eu ainda te pego'. E o vômito, segundo Noah, o cara tava meio estranho na aula, como se estivesse enjoado, tonto... Aí quando foi trocar de sala, não se segurou e vomitou."
"Caramba! Esse é débil, mesmo! Todos sabem que não se deve se mecher nem com o Chace e nem com nenhum jogador de futebol. E ser novato, não é desculpa." Ai não, descontrolei minhas emoções e lá vem...
"Que ventania repentina, não? Por que será?" Acalme-se... Respirando fundo... Urfa! Tudo bem. Tenho que me controlar pra ninguém descobrir, e o Shay só vai saber na semana que vem. Vovó diz que ela é quem vai contar.
"Sei lá... Clima estranho, né? Tá vendo! Já até passou. Shay vou dar um pulinho na varanda, para olhar estrelas. Você vem?"
"Não, não. Desculpa, mas é que o Noah tá vindo pra cá, do jeito convencional. Vou descer. Beijo." O modo convencional que ele fala é sem pular a varanda.

É bom ter o quarto no primeiro andar e o do seu irmão no terreo, assim não se escuta barulho. Quer dizer, quando o papai não está roncando no quarto ao lado.
As estrelas estão lindas essa noite, é uma pena não ter ninguém pra compartilhar... Ops. Falei cedo demais, porém não era essa companhia que eu gostaria.

"Oh não!"
"Relaxe. Não pretendo dirigir minha atenção para um verme como você. Você já sofreu demais, então pra mim está bom."
"Ah... Bernard gêmeo já deve ter lhe contado sobre o imbecil do Chace e do meu vômito. Foi a sua vez de rir então."
"Não tenho a má educação de rir da desgraça dos outros. E como sabe que Shannom me contou? Poderia ter sido meu primo ou minhas amigas."
"Foi ele quem avisou ao inspetor da briga, e ele e seu primo avisaram que eu não estava bem."
"Generosos, admiro-os muito. Eles o ajudaram mesmo depois que você foi rude com eles..."
"Eu sei. Eu os agradeci por ter me ajudado no mal estar, porém eu ia quebrar a cara daquele grotesco sem modos!"
"Grotesco sem modos? Olha quem fala!" O celular dele toca... Ele atende e eu continuo a observar as estrelas.
"Hey, Syd... Estou bem, obrigado por se preocupar. Nossa não sabia que fazia tanta falta para você assim..." Deixei-o à vontade com a namorada dele.
Ele precisa de privacidade e eu, de paz.

Ainda Quinta, 15 de outubro, onze da noite.

Eu sou bruxa. É isso aí, eu sou uma bruxa. Assim como minha avó já foi um dia, e como minha mãe deveria ter sido se não tivesse renegado os poderes. Nâo está entendendo nada, caderno? Eu tô começando à entender agora. Vou te contar tudo.
"Era uma vez na França, uma bruxa chamada Ariedne, ela vivia numa floresta clara e tranquila que guardava um segredo: o portal para o Transmundo, o mundo cheio de criaturas como bruxas, vampiros, dragões e seus cavaleiros e, até mesmo, fadas! Nesse mundo viviam criaturas más e boas em equilibrio, já que quando o mal aprontava os bons concertavam e o controlavam. Até que um dia, um humano descobriu a passagem para o Transmundo enquanto Ariedne dormia, e atravessou para esse mundo diferente. Ela acordou na hora em que ouviu o barulho de alguém atravessando o portal e correu para impedí-lo, mas já era tarde demais, o humano já havia descoberto o segredo. Ariedne resolveu aplicar um feitiço de esquecimento no rapaz, no entanto, um vampiro do mal foi mais esperto e mordeu o rapaz antes que ele fosse antingido pelo feitiço e o escondeu. Ariedne avisou aos seus amigos e seu marido que habitavam no Transmundo e eles saíram em busca do pobre rapaz humano, pois ele corria muito perigo naquele mundo desconhecido. Enquanto eles buscavam o humano, ele já havia completado o processo de transformação e junto com o seu criador, havia feito um exército de criaturas do mal que esperavam o momento certo de atacar. Finalmente, depois de semanas, Ariedne se reencontrou com o invasor do Transmundo, porém não o reconheceu. No entanto, ele se apresentou como Donnovan um vampiro poderoso, e relembrou-a de que havia sido ele quem atravessara o portal. Ariedne junto dos amigos começaram a atacá-lo, mas o exército veio defendê-lo. Por fim, Ariedne e os amigos morreram, porém amaldiçoaram Donnovan primeiro, o aprisionaram congelado numa caverna, e jogaram feitiços nela para que ele não pudesse ser solto. O mestre de Donnovan fora morto no meio da batalha, e o exército saiu em número reduzido. O esposo de Ariedne, que não havia saído na busca, pegou a filha deles e fugiu do Transmundo e da França. E deram continuidade à família, com a esperança de um dia voltar ao mundo de onde eram descendentes."
Então é essa a história do nascimento da minha família, Ariedne Bernard é minha antepassada, e por isso eu sou bruxa. Vovó Velda também chegou a ser, só que ela descobriu seus poderes aos 18 anos de idade, não aos 14. Ela estranhou meu dom ter aflorado tão cedo e agora, está usando feitiços para tentar descobrir o que está acontecendo para ter forçado a minha transformação avançada, e é por causa dessa transformação que eu adoeci. Eu descobri também que vovô Dustin era um guerreiro do Transmundo quando vovó o conheceu. O portal para esse mundo diferente não está apenas na França, os tataravós de vovó descobriram que podem abrir um portal num bosque qualquer, e meus avós moram próximo a um bosque, ou seja, tem uma passagem para o Transmundo bem aqui pertinho. E pensar que os contos que meus avós contam pra mim e pro Shay são reais... Eu descobri também que meu tio Trevor, irmão de mamãe, tem tendência a desenvolver características de um ótimo guerreiro ou bruxo, mas ele jamais acreditou no nosso passado e acabou matando os poderes que poderia ter. Já minha mãe, Trina Bernard, chegou a descobrir e aflorar como bruxa, no entanto, não se dedicou a isso e os poderes se descontrolaram, então, ela os renegou. Estou cansada demais, e ainda estou enjoada, pois o chá que a vovó fez só passou a tontura. Vou dormir.

Quinta-feira à noite, 15 de outubro.

Estou na casa de Vovó Velda e Vovô Dustin. Ontem, fiquei mal mesmo e por muito tempo, nem fui ao colégio. Só que papai tinha que ir pro restaurante e minha mãe, para o escritório de advocacia que ela trabalha junto com uma amiga também advogada, então eles resolveram me deixar aqui. E desde ontem que tive umas bombas na minha vida, e por ainda ter muito o que esclarecer, ainda estou aqui. Disse aos meus pais, no telefone, que não melhorei e que vovó vai cuidar de mim, que não era preciso eles virem me buscar. Huuunm... Vovô Dustin vem aí para terminar de me contar umas histórias direito. Depois eu conto o que houve.

Madrugada de Quarta-feira, 14 de outubro.

Não estou nada bem. Estou tonta, enjoada. Meu quarto está rodando. Começaram a acontecer coisas estranhas desde segunda. Tivemos a rotina de sempre, aulas-almoço-altospapos-aula-jornal-teatro, só que entre uma aula e outra aconteceram coisas esquisitas. Começando pela Roxy, ela viu um garoto próximo ao bebedouro que ninguém mais viu. Ela disse que ele estava lá sim, que nós estávamos sem saber olhar direito. Eu e a Alex ficamos com a pulga atrás da orelha. No entanto, depois foi a vez da Alex agir estranho. Roxy estava com a atenção distante na hora do almoço e a Alex disse:
"Esquece isso, Roxy. Talvez tenha ocorrido um mal entendido ou um mal visto como você diz."
Eu e Roxy ficamos sem entender nada, uma olhando pra outra, porque ela não tinha dito nada... Apenas pensado. Quando a Roxy explicou isso em voz alta, Alex insistiu que ela tinha 'pensado alto demais', que ela tinha verbalizado o pensamento. Só que eu não escutei. Então... foi muito suspeito. Depois, aconteceu comigo. Nicholas tratou mal o Noah, quando ele foi saber se erámos amigos e eu estava por perto.
Ele respondeu: "Não mesmo, não costumo ter amigos e ainda mais quando se é uma garota tão mesquinha e grudenta." E respondeu isso com o tom de voz bem mal criado. Grr! Eu é que não ia ficar calada:
"É. Quem é bicho do mato se assusta quando vê gente e tem mania de botar os próprios defeitos nos outros. É melhor você se afastar, Noah. Não quero que pegue esse costume, primo."
O Noah ficou meio desconfiado, mas sorriu e saiu de perto. Só que eu fiquei super brava e desejei que vinhesse um vento bem forte e fechasse a porta que Débille tava segurando para a 'Sydzinha' passar. E na mesma hora, isso aconteceu. A porta começou a fechar, mas rapidamente ele a tirou do meio, como se soubesse que ia fechar em cima da mão dele. E isso tudo foi em apenas alguns segundos! Após esses eventos, tudo normalizou pelo resto do dia. Já ontem, eu percebi que a Roxy deve ter visto aquele menino de novo porque ela ficou muito séria olhando para o bebedouro e depois mordeu o lábio como se fosse para evitar falar alguma coisa. E a Alex pareceu muito distraída e acabou indo embora, dizendo que estava com muita dor de cabeça. E agora, eu tô aqui com essa tontura e esse enjoô constante. O pior é que não posso ir pra varanda relaxar e receber um ventinho porque lá é território compartilhado com Débille e não quero ter que vê-lo dormindo(a cama é de frente pra janela). E vai que ele acorda e me vê lá? Quer saber? Vou pra lá sim, vou deitar no chão e ficar olhando as estrelas que ainda há no céu. Fui.

Segunda-feira, cinco e meia da manhã, 12 de outubro.

Tive pesadelos à noite quase toda, e agora, resolvi levantar de vez. Todos eles envolviam olhos vermelhos-sangue me observando e uma risada feminina, com tom sombrio, bem ao fundo do sonho. Não conseguia ver de quem eram os olhos ou a risada, pois era em um bosque muito escuro e eu estava perdida. Isso me deu um sentimento de angústia e agonia, e não consegui dormir mais. Vou colocar um roupão em cima do pijama e vou pra varanda, sinto que será melhor ir para lá.
Pronto, aqui estou eu na varanda. Percebo agora que não falei mais sobre os pesadelos de minhas amigas, e isso é porque elas pararam de tê-los.

“Bom dia... O que faz acordada tão cedo, Bernard?”
“Lhe faço a mesma pergunta, Deville. Bom dia.” Adivinha como esse cara dorme. Cheque mate: sem camisa e de short. (Não basta tronco e braços ótimos, ainda me vêm com essas pernas?). “Não me diga que foi você quem caiu agora... Oh! A Syd vai ficar preocupada!”
“Eu não caí, tive sonhos confusos. Você é quem deve ter levitado demais e caiu do alto, bruxinha. Ciúmes da Syd, hein?”
“Não chora, bebê. Foram apenas sonhos, já passou. E... Ela é quem deve sentir inveja de mim, já que para ela seria sorte ser sua vizinha. Azar o meu, por estar na casa errada.”
“Até parece que você não gosta. Estamos nos dando bem melhor do que no começo, por conta do seu esforço pra chamar minha atenção.”
“E quem é que sempre cumprimenta primeiro e me impede de sair fazendo provocações?"
"Mas o que te fez levantar tão cedo?"
"Pesadelos agoniantes... Falando nisso, como era o seu sonho?"
"Eu estava num bosque escuro procurando alguém, mas não sei quem. E acordei agoniado porque não conseguia achar essa pessoa. Confuso, não?
"Nem tanto. Nos meus pesadelos eu estava perdida em um bosque escuro também, sendo observada por olhos vermelho-sangue e escutando risadas malévolas distantes. E não descobria quem ria ou quem me olhava."
"Você estava perdida em um mesmo bosque escuro... E eu estava... Vou tomar banho. Tchau"

Nossa, nunca o tinha visto assim, confuso. E que despedida foi essa? Não que eu me importe, não somos amigos nem nada. No entanto, não esperava por essa. Vou me arrumar também, tenho que ir para o colégio daqui a uma hora, mais ou menos.

Sexta-feira à tarde, varanda (como quase sempre), 9 de outubro.

O desfecho da minha quarta-feira foi tranqüilo, o Shay se desligou da Leila e está dando um gelo nela pra valer. Eu achei estranho o jeito amigável que Nicholas e eu nos despedimos... Foi irônico, mas não teve nada de provocante (No sentido de briga eu falei, não no de sedução). Meu Deus que perseguição! “Oi mãe.”

“Sophia, fico muito feliz em vê-la aqui escrevendo neste caderno. Já deu um nome a ele?”
”Nome, mãe? Olha eu não tinha pensado nisso e acho que não colocar nome algum. Não sei por quanto tempo vou escrever nele”

“Ahh querida, queria que escrevesse sempre. E quando acabar este caderno, você me avisa. Adolescentes precisam de diário” Ok. Mamãe saiu. De volta ao meu dia-a-dia... Ou não. “Precisando de algo, pai?”
“Não, só quero saber se você e Shay vão ajudar no restaurante amanhã.”
“Vamos sim. Chegaremos pro turno do almoço e ficaremos até o jantar.”
“Ok. Beijo, filha. Vou trabalhar.” E lá se vai meu pai. Ele é dono e chef de cozinha do restaurante À La Francesa. Em alguns dias eu e o Shannom servimos de garçons adicionais, é legal ficar lá. Ai, não... Interrupções!

“Oi Shannom. Vai sair pra onde que tá com essa mochila?”
“Hey, Sophia e Shay! Aqui!” Viro-me, e vejo que na varanda dos Wildgard está meu primo Noah. Ele tem 15 anos, de cabelos pretos e olhos verdes, malhado na medida certa e sabe usar muito bem o charme dele. “Cuidado na hora de pular essa varanda, Shay”
”Relaxa, mana” É... Ele pulou tranquilamente. “A gente se vê de noite, vou passar o dia com o Noah.”
“Ok. Até a noite e divirtam-se.” Em paz novamen...
“Oi, Bernard. Como vai essa mão?”
“Ah, oi Deville. Ela vai bem, por quê?”
“Sempre que lhe vejo nessa varanda você está escrevendo, o quê tanto escreve... Eu não sei, no entanto sempre está assim.”
“Hum... É que a varanda me dá idéias de novas poções e feitiços.”
“Uma bruxa e suas maldades.”
“Um psicopata e suas loucuras. E, risada tripla pra você: hahaha. Tchau.”
“Vai sair com alguém hoje, como o Riley, por exemplo? Pra quê a pressa?”
“Ora, ora, ora... Veja quem é o espião agora. E não, não vou sair e nem estou com pressa. Apenas não quero ter que ficar lhe encarando.”
“Que riminha furreca essa sua.” E começou a tirar a camisa... Uiii tenho que sair daqui!
"Não foi minha intenção fazer rima. Vou lhe deixar à vontade para se trocar, licença.”
“Não, só to tirando a camisa por que está calor (nem me fale, querido, nem me fale).”
”Mesmo assim. Você aí no quarto e eu na varanda não vai dar muito certo”
“Por que? Queria que eu estivesse aí?”
“O quê? Não... Não faça isso! Argh, que droga. Que invasão é essa, Deville?” O psicopata pulou da janela dele pra minha varanda... Como eu queria uma distância não tão fácil de pular! E que sorriso é esse na cara dele? (Simplesmete dentes brancos e perfeitos... Não vou olhar!)

“Ficou sem palavras, hein?” E mais risadinhas cínicas, grr!
“É claro, é difícil de te agüentar quando você está no seu quarto... Imagine na minha varanda!” (voz vindo do térreo me chamando...) “Acho melhor você ir.”
“É melhor mesmo.” Eu dou meu olhar maléfico com um sorrisinho dou as costas e desço. Ele pulou de volta pro ninho dele.

Quarta-feira à noite, 7 de outubro.

Realmente o Nicholas pediu desculpas a Alex, e ainda deu bom dia a Roxy, só que eu não estava com elas na hora. No entanto, eu passei por ele nos corredores e, milagre, ele tava falando com alguém (uma menina popular e vazia, a Sydney). “Syd, você não tem medo de CAIR nessa vida de líder de torcida não?” O cair foi fortemente enfatizado quando eu passei perto. Eu mereço ¬¬’. Passei direto e fingi que não ouvi. A Roxy descobriu um novo cantor bem legal, o Justin Carterny, os novos singles dele são ‘Hello, I don’t Feel Anything’ e ‘Body Party Language in USA’. A Roxy tem a mesma altura que eu (1,65m), vive assistindo MTV e contando as novidades do mundo da música. Quando quer, consegue ser agressiva. Tem cabelos pretos com pontas repicadas e mechas roxas que se encostam ao ombro dela. É ótimo ter amigas como ela e Alex. E é horrível me apaixonar por Riley. Mas já me livrei disso, vi que ele tava a fim de outra menina e desencanei. E pra não correr o risco de ser envolvida novamente por ele, me afastei dele um pouquinho. Ai não... Débille na área. Vou pro meu quarto.

“Não precisa fugir, espiã. Estou de saída. Oops! Cuidado para não cair”. E um meio sorriso respondido com meu olhar nada simpático.
“Temo não poder lhe divertir com uma queda hoje. Mas, pelo menos, vai se divertir saindo por aí e matando pessoas, como um hobby para a sua psicose.” E sentei-me novamente.
“Uma risada dupla para você: Haha. Vou sair com uma garota completamente oposta à você. Ela é linda, simpática e sedutora. Ótima companhia.”
“Bem, eu diria que ela é um tanto burra. Sair com um novato ridículo? Jamais. Diga a ela que procure um neurologista urgente.”
“Está com inveja por não poder sair comigo, todos sabem que novatos são badalados.”
“Pode sonhar comigo, eu permito. Sou generosa com pessoas sem noção como você. E além do mais, eu me garanto, ao contrário de você que precisa avisar com quem vai sair pra não acharem que você é homossexual ou bissexual.”
“Ora, sua... (ele respira fundo) Você só está querendo me provocar!”
“Você começou. Agora é melhor você ir, a Sydney não deve ficar esperando.”
“Como você sabe que vou sair com ela, hein, espiã?”
”Hello, psicopata, todos no colégio sabem que ela é a única com quem você falou nos corredores! Você mesmo disse, novatos são badalados!”
“É verdade. Melhor eu ir. Boa noite pra vocês.”
“Vocês? (virei para trás) Hey Shannom, não tinha te visto.”. (Nicholas foi embora)
"Eu... Eu vi a Leila beijando outro garoto hoje.”
“O quê? Meu Deus! Mas... Ela não disse que gostava de você e ficou super próxima de uma hora pra outra?”
“Tava bom demais pra ser verdade, ela ficou com um amigo meu. O Chace.”
“ Poxa... Que cilada ela armou! Ficou amiga sua por causa dele! Ela não te merece, maninho.”
“Sei disso, mas ainda tenho que me acostumar com essa idéia.”

Já chega por hoje, tenho que consolar meu irmão. Nós vamos reassistir Harry Potter 1 e 2.

Terça-feira à tarde, 6 de outubro.

Tenho que admitir, escrever nesse caderno virou hábito e sinceramente, não me incomodo mais com isso. Não escrevi nada ontem porque cheguei tarde e cansada. Passei os horários após o almoço tendo oficina de teatro e depois, reunião na sala do jornal para discutir idéias para a edição dessa semana. Agora, mudando da água pro vinho, a Alex é super simpática e alegre, tem 1,75m de altura, cabelo preto abaixo do ombro, faz amigos aonde vai e... O Nicholas simplesmente a tratou mal! Dá pra acreditar? Eu e a Roxy ficamos horrorizadas com isso. Ela foi toda simpática dar bom dia e perguntar se ele tava se adaptando bem, ele respondeu que não precisa da ajuda de ninguém e deu as costas a ela! Grr, esse débille está dando nos meus nervos! NINGUÉM MEXE COM MINHAS AMIGAS, ou amigos!!! ... Veja só quem está na janela agora. (É, eu estou na varanda)

“Hey, senhor simpático, quem você pensa que é pra tratar a Alex tão rudemente?”
“É o quê, senhorita bisbilhoteira?”
“Você ouviu o que eu disse! E... Bisbilhoteira?”
“Ok, sei que errei com sua amiga, e vou pedir desculpas, eu exagerei. E, você tá sempre me espionando! Sabe o que eu fiz com sua amiga e fica de plantão na varanda! Pára de me seguir, garota!”
“É bom que peça mesmo! E eu sei o que houve porque eu estava esperando ela e não você, e a culpa não é minha se o seu quarto fica na frente da minha varanda! Eu fico aqui quando eu quiser!”
Dei as costas pra ele e fui fazer minha saída triunfal, mas... Tropecei levemente no tênis que o Shannom esqueceu. Grr! Que raiva! E que mico! Pra variar, débille deu uma risadinha. Vou fazer meu dever lá na cozinha e me afogar em sorvete. É dramático o suficiente para mim.

Domingo à noite, 4 de outubro.

Tirando o anti-sociável Deville, meu final de semana foi bom. Roxy e Alex saíram aqui de casa faz pouco tempo. Elas passaram o dia comigo, Shannom, Melody e Noah(esses dois últimos são meus primos). É sempre legal passar o feriado com os amigos e primos, no entanto nem sempre é possível já que vamos periodicamente visitar a vovó Velda e vovô Dustin. É bom quando estamos em família também, meus avós sempre têm histórias a contar sobre bruxas, guerreiros, fadas e, desde o lançamento de Crepúsculo, ela resolveu contar umas histórias de vampiros. Shay fica sonhando em se tornar um guerreiro, quando voltamos pra casa ele desencana. É uma pena que nem a Melody ou o Noah possam ir, o pai deles é irmão de mamãe e não se entende com o vovô. Hoje, com as meninas, foi bem divertido. No entanto, ainda não esqueci dos ocorridos que envolveram o Nicholas. Na nossa casa, temos um primeiro andar e nele, uma varanda. Ela fica de frente para o lado da casa dos Deville, onde tem uma grande janela com aqueles bancos de sentar. E também dá pra manter contanto com os Wildgard, meus primos, que moram na casa atrás da nossa, já que a varanda é em L. E, inacreditavelmente, Nicholas é o dono do tal quarto de janelão. Descobri isso da pior maneira possível. Na sexta, fui estudar sentada na varanda e quando eu olho pro lado, está ele sem camisa, sentado no banco e estudando. Quando menos espero, ele me olha com um jeito esquisito e sai da janela. E eu, fui para o meu quarto. Não é por nada não, mas... Que corpo!! Ele é totalmente anti-pessoas, porém seu abdômen é definido na medida certa, nem deixa a desejar e nem é tanque demais. Argh! Esquece isso Sophia! Mas não foi só isso. Os pais dele vieram nos convidar para almoçar com eles ontem e nós fomos. E aí eu vi o quanto ele consegue ser desprezível. Fomos almoçar lá e eu e o Shay nos oferecemos para ajudar o Nicholas a tirar a mesa e lavar os pratos, quando fomos para a cozinha com ele o Shay puxou conversa.

“Oi Nicholas, eu percebi que você tá estudando no nosso colégio. Então, conseguiu se enturmar?”
“Não sou muito de me enturmar, como você diz.”
“Por quê? Não gosta de andar em grupos grandes?”
“Não. Prefiro ficar sozinho, evitar más companhias.”
“Más companhias? É só não se envolver com as pessoas erradas, no nosso grupo não tem isso.”
“Shannom deixa o Deville... Normalmente, quem é antipático e anti-sociável é solitário.”
“E como você tem tantos amigos, err... Sophia, certo?”.

Grrr!! Confesso que também não fui muito simpática, mas... Ele revidou! Contei isso às meninas e agora nos referimos a ele como Débille, porque só um idiota não tem amigos. Vou parar por aqui, minha mão já está doendo. Boa Noite.

Ainda quinta feira...

Simplesmente não acredito que estou escrevendo aqui! Mas não acho que vá virar um hábito. Acabei de voltar do colégio, e adivinha só?! Nicholas Deville também está estudando lá. Cruzei com ele algumas vezes nos corredores. Pelo que os pais dele falaram ontem, ele estuda no 1º ano. Tentei captar rumores sobre ele, todo mundo sabe que novatos são alardes no colégio, e escutei que ele mal falou quando os professores o cumprimentaram e que também não foi muito sociável com os colegas de classe, já que sentou no fundão da sala e não quis conversa com ninguém. No almoço, Nicholas se sentou sozinho numa mesa do refeitório, para a tristeza de muitas meninas. Ele é bonito, deve ter entre 1,75m e 1,80m, bíceps definidos sob as mangas da camisa estilo pólo, cabelos castanhos claros e os olhos... um castanho-mel. Talvez algo até como âmbar. Meu irmão tá me encarando como se eu fosse uma louca. Espera... "O que foi Shannom?"

"Sei lá, tu tá tão concentrada escrevendo... E, além do mais, achava que você nunca iria usar esse caderno que a mamãe deu."
"Pra você ver como é a vida. De repente me deu vontade de escrever."
"Isso significa que nós não vamos mais poder conversar sobre coisas da nossa idade?"
"Shay! É lógico que esse caderno não muda nada. Você ainda pode falar da Leila comigo."
"Ok. E você, sobre o Riley, comigo." Sorrisos a parte, a crise de irmãos passou.

Já escutei diversas pessoas reclamando sobre irmãos ou irmãs, porém não entendo. Sempre levei uma relação muito legal com o Shannom, e olhe que ele é meu irmão gêmeo e deveria ser um pouco complicado. Mas jamais tive problemas com ele, pelo contrário, discutimos assuntos amorosos, galera, família, professores, matérias... Estudamos em salas diferentes para evitar o grude total, mas no almoço a galera dele vem sentar com a minha e fica bem animado. Hum... Acho melhor parar de escrever agora, papai está vindo e ele é muito curioso. E, hey, xô mania de escrever!

Quinta feira, 1º de outubro, antes do colégio.

Coisas estranhas vêm acontecendo. Há algumas semanas, minha amiga Roxender Stevens começou a ter pesadelos regularmente... O cenário sempre envolve fantasmas do bem e do mal falando com ela, mas nesta última noite, ela sonhou estar cercada por milhares deles, todos falando ao mesmo tempo. Ela acordou perturbada e me ligou bem cedo da manhã. Fizemos uma conferência no celular, eu, ela e Alexandra Parker, a terceira do meu clubinho ou trio inseparável. Todas tinham fatos esquisitos para relatar. Alex, também havia sonhado com algo diferente, só que era voando e esbarrando em pessoas que estavam pulando de pára-quedas. Já no meu caso, não foi sonho e sim realidade. Ontem uma família se mudou para a casa vizinha a minha, uma que fazia mais de um ano que não era alugada ou comprada. É a família Deville, William e Olívia são os pais de um garoto chamado Nicholas. Eu sei, não parece nada estranho ou confuso, mas assim que fomos cumprimentá-los e dar boas vindas e que vi Nicholas tive a impressão de já conhecê-lo de algum lugar e ele parecei retribuir essa sensação já que se refugiou num cantinho da sala, distante da família e dos visitantes. Só resolvi escrever isso porque achei que talvez pudesse compreender algo mais ou ver que não passa de uma bobagem, no entanto permaneço confusa. Minha mãe acabou de passar por mim, aqui no sofá da sala de estar. Ela está perceptivelmente feliz por me ver escrevendo neste caderno, faz alguns meses que ela me deu dizendo: "Você é uma adolescente, Sophia Bernard! Você precisa de um diário!" Meus argumentos contra isso não funcionaram e mantive o caderno intocado na prateleira de livros, até agora. Oh, não! Minha mãe está fazendo aquela cara de: "Eu bem que falei. Você precisa de um diário". Argh!